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Manifesto Capital Feminino

Atualizado: 6 de jul. de 2020

O Capital Feminino é um projeto inspirado na vida real.


por Mariana Winter


Desde pequena fui incentivada a correr atrás dos meus sonhos. Este processo foi fundamental para me tornar quem sou hoje.


Lembro-me de ser uma criança alegre, curiosa e levada! Fui para o ballet aos três anos e pouco tempo depois o professor solicitou uma reunião com minha mãe porque eu não queria fazer plie - a indiciplinada influenciava as outras meninas. Essa historia durou pouco, logo ganhei um par de patins e entrei no sapateado. Junto com meus irmãos aprendi a andar de skate, jogar queimada na rua, pular muro e também cair da bicicleta algumas vezes.


Fui uma criança livre e nunca me senti impedida de realizar nada por ser mulher.

Por ter crescido com a janela da arte sempre aberta, sempre acreditei que tudo era possível.

Embora tenha tido uma infância com certa turbulência devido à separação dos meus pais e o resultado disso em nossas vidas, nunca deixei este acontecimento ocupar o lugar dos meus sonhos.


Os conflitos familiares surgiram e fui desafiada desde cedo. Optei em ficar ao lado da minha mãe, minha melhor amiga e grande amor. Recebi muito carinho e uma excelente educação e nunca tive mesada para financiar meus pequenos projetos.


Minha mãe dizia que eu era uma “RP” nata. Eu me divertia com isso, era algo natural. Nunca me aproximei de alguém por interesse, eu tinha curiosidade sobre a história das pessoas e o que poderia aprender com elas, em alguns momentos fazia o papel de psicóloga.


Na adolescência quis me conhecer melhor: participei de peças de teatro e estudei fotografia. Anos depois foi a vez do cinema, história da arte, entre outros. Esses outros incluíam parte do autoconhecimento, a numerologia, a astrologia...


O curso de fotografia por exemplo, foi graças a um anúncio em uma revista: quando vi que tinha possibilidade de estudar de graça no Senac não me dei por vencida depois de passar uma manhã ligando para o local e só dar ocupado. Quando consegui falar fui informada que as inscrições já estavam encerradas! Tomei a decisão de encarar o professor e perguntar se ele teria coragem de dispensar uma nova aluna. Sim, eu descobri o endereço do curso, fui a primeira a chegar na sala de aula e contar a verdade para ele. Naquele dia ganhei a chance de fazer o curso todo com um dos maiores nomes da fotografia, hoje um grande curador: João Kulcsár.


Algo que sempre tive em mente: ter minha independência financeira.

Aos 17 anos modelava, participava de eventos, trabalhei em loja de shopping. Sempre tive iniciativa para ir atrás de algo. Aos poucos fui abrindo portas e criando novos caminhos.


Assim, com 20 anos realizei o sonho de morar fora do país. Minha mãe não podia bancar um programa de intercâmbio, mas existiam possibilidades. Criei uma oportunidade, saí em busca de novas jornadas pessoais e arrumei um novo trabalho.


Durante alguns anos, morei e viajei por lugares como Espanha, Itália, Inglaterra, Holanda, Estados Unidos, Argentina, Turquia, França e México.

Aprendi outras línguas, culturas e inúmeras formas de expressão. Fiz grandes amigos e sempre me senti amada por onde passei. Vivi muitas experiências incríveis.


Enquanto todo mundo estava fazendo faculdade eu estava viajando pelo mundo, fazendo meu MBA de vida, financiado por mim. Hoje falo cinco idiomas.

Foi uma época dourada.


Tempos depois achei que era hora de voltar para casa e estudar. Arrumei um emprego novo para poder financiar os estudos e entrei para um curso de atores profissional (diferente da época da adolescência pensei que realmente poderia ser atriz). Sete meses depois percebi que minha vocação não era o teatro - eu apenas queria ser a Mariana Winter. Foi difícil lidar com um novo recomeço, mas aos poucos aceitei a possibilidade de um novo caminho e entrei para o curso de Propaganda e Marketing.


Me formei aos 31. Enquanto a maioria das pessoas pensava que já era tarde para fazer um estágio, eu acreditava que poderia ser uma oportunidade bacana, pois eu tinha algo a oferecer - a minha historia.

Minha carreira no mundo corporativo começou tarde, mesmo assim sigo construindo meu espaço, já trabalhei em grandes empresas de tecnologia, atuando nas áreas de marketing e vendas - e mesmo resistindo a outros talentos, mais tarde também me tornei fotógrafa. https://mariwinter9.wixsite.com/marianawinter


A fotografia é a minha arte.

Aceitei a minha pluralidade. Todos somos plurais. No período da Renascença, por exemplo, era fundamental ter mais de uma profissão.

Só depende da nossa iniciativa de expressar os talentos e nos aperfeiçoarmos.


O mundo corporativo contribuiu e contribui com coisas ótimas: uma rotina maravilhosa (eu adoro uma agenda cheia), mais recursos para investir, novos amigos, estar cercada de um time é algo maravilhoso. Sou uma pessoa bem dinâmica, gosto da troca com as pessoas!


A maioria das empresas que atuei era dominada por homens, mas nunca me senti menos por ser mulher. Acredito na igualdade entre os gêneros. Meu olhar é focado no que eu poderia e posso aprender com os homens, não o contrário. Tanto a mulher quanto o homem têm contribuições importantes. São polaridades que se complementam.

A natureza é assim, tudo junto e misturado.

Paralelo a vida profissional também aprendi que é essencial reservar um tempo para o silêncio. Para mim, a espiritualidade é a chave para vivermos um dia de cada vez. O poder existe em cada um de nós. Também está no ar, no calor do sol, na água, no vento, em tudo que podemos ver e sentir - em tudo que existe. A natureza somos nós.

Aprendi que o mundo é aquilo que você acredita que ele é. Que é necessário nutrir o corpo com bons pensamentos e boas emoções.

Meus temperos favoritos são a alegria e a calma. A meditação me ajuda a ficar no presente e visualizar onde quero estar. Nossas células têm memórias. Nós somos nossas doenças e nossa própria cura.


Na busca da evolução pessoal e profissional, também passei alguns momentos sombrios (e tudo bem). Precisamos e devemos aceitar nossas sombras. A Luz só brilha no escuro. Hoje vejo como cada um destes momentos foi importante para meu crescimento e para compreender que tudo começa em nossa mente... ou melhor em nosso coração. Nossos sentimentos conduzem a pensamentos, que conduzem a atitudes, que conduzem a comportamentos, que conduzem nosso destino.


O maior valor que uma mulher pode ter é o amor próprio. E o amor próprio começa com o autoconhecimento. Só com estudo e conhecimento nos tornamos poderosas e atingimos nossa essência. A verdadeira mudança é de dentro para fora. Acredito que o Sagrado Feminino acontece assim.


O capital de uma mulher, é a bagagem que ela traz.

Precisamos lembrar que empatia, acolhimento, inclusão, criatividade, confiança, vulnerabilidade, harmonia, amor e amparo, são valores femininos!


Hoje, me olho no espelho e estou feliz com a imagem que vejo, pois sei que trilho um caminho genuíno. Sou a dona do meu destino. Sou parte da transformação. Quero aprender tudo que puder, quero multiplicar meus conhecimentos e ajudar outras mulheres a acreditarem em si. É necessário ampliarmos nosso conhecimento e compreender que criatividade e pragmatismo podem e devem andar juntos.


Ser mulher é ser empreendedora desde cedo. Você não precisa ter um negócio. Ser empreendedora é um estado de espírito e acredito que ser dona da sua grana e saber como investi-la é essencial.

Você pode encontrar recursos em muitas coisas, só depende de você. Acredite na sua historia, se dedique e vá em frente.

A independência que você busca está diretamente ligada às suas crenças. Por mais que as circunstâncias possam ser extremamente duras e aparentemente imutáveis, só existe um ponto de partida para encontrarmos o caminho dos nossos sonhos: o começo (e o começo é sempre agora, o poder existe no agora).


Nós mulheres somos a origem da vida. Somos guerreiras, somos estratégicas, somos determinadas, somos mães, somos profissionais incríveis - somos tudo o que quisermos SER.


E mais que isso, somos irmãs.



Mariana Winter

Publicitária, fotógrafa, ex-modelo, idealizadora e fundadora do projeto Capital Feminino.

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